A resposta é normalmente sim. Claro que existem aspectos específicos como o tipo e duração da prova, se a competição terá apenas 1 dia ou várias etapas, composição corporal do atleta e, a quantidade de descanso que será feita para o evento e entre provas.
Época de treinamento: Naturalmente são esperadas algumas dificuldades especificas assim como algumas inesperadas durante o treinamento de base e treino especifico, por exemplo (quando falamos de provas que acontecem durante a temporada, com pouco ou nenhum descanso).
Para estas provas (servem mais como treinos e não são as provas alvo) o aumento no consumo de carboidratos ocorre cerca de 3 dias antes, com aumento no consumo de massa, tubérculos, diminuição no consumo de carne vermelha, melhora na hidratação assim como algumas alterações de modo a já ensaiar qual será a dieta para a competição alvo.
Atenção especial (principalmente com relação aos suplementos utilizados. Neste sentido não falando dos suplementos testados por lote por laboratórios especializados em substancias proibidas pela Wada e sim de suplementos normalmente utilizados durante treinos e competições alvo).
Aferir o que se pode melhorar/ajudar o atleta ou seja, escutar o paciente e suas dificuldades durante estes períodos em que se encontra mais cansado, saber se a dificuldade maior está em “trocar de marcha” durante a prova ou de ter “velocidade fácil” ou mesmo de ainda estar no inicio do período de treino anaeróbico e ter um pouco mais de dificuldade com o final de prova ou mesmo de coordenação motora (no caso de lutas, futebol, por exemplo), perda de eficiência biomecânica.
É verdade que existem suplementos que nos ajudam com suporte (a melhor recuperar das sessões de treino), normalmente a ajuda que se pode obter, se for o caso, com estes suplementos acontece a longo prazo (semanas).
É o caso, por exemplo, de aminoácidos específicos (como Arginina, Leucina, por exemplo), enzimas (como Coenzima Q 10, por exemplo), vitaminas (como as do complexo B), tudo de acordo com as necessidades especificas de cada um e sempre por um profissional capacitado.
Assim como os suplementos de suporte, existem diversos suplementos que, a curto prazo e de forma segura, também auxiliam pontualmente a melhorar a performance como, por exemplo: explosão muscular, concentração, resistência (Vo2 ou A3, dependendo da nomenclatura utilizada pelo técnico) e normalmente são feitos antes e durante as competições ao qual o atleta irá polir (descansar).
Importante ter em mente que dificuldades inesperadas também podem acontecer durante a temporada.
Exemplo: como no caso de alguns fundistas. O estereotipo do fundista é de não produzir quantidades grandes de ácido lático o que, não é verdade para todos. Ao treinar um pouco mais forte (seja por qualquer razão) o atleta pode exaurir sua capacidade de produção e se sentir mais fadigado. Aí entra a comunicação entre todos os membros da equipe multidisciplinar para que todos possam estar sincronizados. Saber o que o técnico, preparador físico tem em mente é de grande importância para que se possa dar o suporte necessário ao tipo de trabalho feito. Principalmente detectar o tipo de trabalho que será feito e adaptar a quantidade de carboidrato, proteína para isso (já que a composição das refeições muda se o treino é mais aeróbico ou anaeróbico). Treinos mais aeróbicos tem como característica utilizar uma quantidade maior de gordura como fonte de energia e treinos anaeróbicos glicogênio (energia estocada nos músculos e fígado).
Não que o nutricionista ou o atleta/paciente tenha que ser um expert em fisiologia mas saber entender as dificuldades esperadas e inesperadas que podem acontecer pode ser de grande ajuda ao interpretar a melhor maneira de ajudar.
Ao compor uma dieta de competição é preciso também planejar o que será consumido logo antes da prova. O mais comum é se utilizar de géis (sem cafeína) ou equivalentes cerca de 30-40 min antes e logo depois do evento com água. Se a prova for longa o ideal é já ensaiar o que será feito durante a prova assim como os períodos de transição durante os treinos longos.
Importante ter em mente o que o atleta terá acesso não só em termos de dieta mas também meios de compor o que irá consumir durante a prova caso a competição seja fora da sua cidade de origem.
Este mesmo pré prova pode diferir se o grau de concentração for um aspecto chave para a prova em especifico. Ex: Tiro (refeições com muito carboidrato podem causar sonolência), então para esportes onde concentração é a palavra chave a refeição que logo antecede a prova pode ter uma composição completamente diferente da dieta feita dias antes da prova. Ou seja, ter mais proteína (tudo, claro levando-se em consideração que não há nenhuma condição de saúde concomitante).
Durante as competições alvo: As alterações na dieta podem ocorrer 10 ou 7 dias antes, por exemplo. Tudo depende da interação com o técnico (as vezes, por exemplo a quantidade de descanso difere de meninos para meninas e de acordo com grupo de idade).
Um cuidado maior com relação ao peso sempre tem que ser levado em consideração de acordo com o tipo de esporte. Exemplo: Atletas que pesam e precisam estar abaixo um determinado peso muitas vezes pesam não só uma vez como mais de uma vez antes de competir (de modo que, salvo se houver muita dificuldade de bater o peso, o que não aconteceria se houvesse um bom planejamento), uma das grandes preocupações é sempre em estabilizar o nível de açúcar no sangue e de evitar alimentos/refeições que possam causar processo de retenção hídrica (de modo que o peso fique estabilizado sem que o atleta sinta-se fadigado).
Muitas vezes algumas combinações especificas de alimentos podem ajudar neste processo como, por exemplo, sempre ter um pouco de proteína nas refeições (ajuda a retardar a absorção do carboidrato presente na refeição) ou mesmo optar por alimentos que ajudem a estabilizar os níveis de açúcar no sangue como aveia, batata doce, batata yacon (hoje em dia existem muitas opções inclusive já pre cozidas e prontas para se levar em viagem, de modo a facilitar a dieta pré competição). Mesmo com este controle mais restrito de peso e tipo de carboidrato, o atleta também pode se beneficiar do uso de géis e seus equivalentes assim como suplementos que melhorem resistência, explosão muscular, por exemplo antes das provas (sempre procure orientação de um profissional pois alguns produtos podem conter substancias como cafeína, que, dependendo do paciente pode ou não ser utilizado).
Tudo tem uma concentração ideal então o mesmo sobre procurar orientação especializada também é valido à medida que o consumo de suplementos líquidos ou em forma de gel com concentração muito elevada podem causar não só desconforto intestinal como atenuar processos de desidratação. Muitas vezes estas competições acontecem em ginásios fechados, muitas vezes com clima quente.
Alguns básicos:
Um cuidado maior no pré e intra prova especificamente também deve ser tomado com refeições cujo processo de digestão seja mais lento (esportes em que a aptidão física é o diferencial). A refeição cuja a digestão acaba por ser mais lenta antes e durante provas acaba fazendo com que o fluxo sanguíneo fique mais concentrado no intestino e menos nos músculos.
Alimentos de fácil digestão durante a competição podem incluir pão branco, isotônicos, alguns tubérculos cozidos.
Após o processo de soltura das provas (até aprox. 30 min após) um cuidado especial deve ser tomado com relação a repor a energia gasta, ex: Frutas, granola, açaí. Muitas vezes pode vir acompanhado de uma Tapioca, Sanduiche, por exemplo.
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